Este é o primeiro texto do meu site, edgard.com.br, e eu quis começar por onde muita gente branca como eu quase nunca entra: a porta da mitologia africana e das religiões de matriz africana.

Atualmente eu não sigo nenhuma religião. Eu me aproximei da mitologia africana primeiro na aula de Psicologia e Mitologia, na USU, e depois fui seguindo o caminho pelos livros e pela internet. Como filho de moçambicana e alguém muito interessado em discutir branquitude, racismo e privilégio, senti que precisava parar e olhar com mais cuidado para esse universo. A partir dessa experiência, fui lendo, pesquisando e, aos poucos, me apaixonei por essas histórias e pelo que elas dizem sobre o Brasil e sobre nós.

Escrevo como estudante de Psicologia, homem branco, brasileiro, vegano, tentando aprender a olhar para essas tradições com respeito, sem exotismo e com muita escuta. Mais do que “explicar” qualquer coisa, minha ideia aqui é te fazer um convite: aproximar o coração, baixar as defesas, reconhecer o racismo que atravessa a nossa história e, ao mesmo tempo, deixar a curiosidade trabalhar.

Tudo o que eu escrevo aqui é fruto de estudo, leitura, escuta e afeto, mas eu posso estar errado em vários pontos. Posso ter entendido algo pela metade, usar um termo inadequado ou simplificar demais alguma questão. Estou na terra para aprender: se você é de terreiro, pesquisador, praticante de alguma religião de matriz africana ou simplesmente alguém que conhece melhor esse universo, eu adoraria ser corrigido, aprender e dialogar.

Vamos caminhar juntos de África até o Brasil, passando pela mitologia, pela escravidão, pelos terreiros, pelos orixás e também pela música popular brasileira que canta tudo isso.

Quando a mitologia nasce na África

Antes de virar “religião de matriz africana” na boca dos brancos, tudo começa como forma de organizar o mundo.

Na África, mitologia não é “historinha” nem fantasia. É jeito de falar de política, de natureza, de família, de saúde, de morte, de justiça. São narrativas que explicam por que o rio corre, por que o trovão cai, por que nasce uma doença, por que uma colheita dá certo ou não.

Vários povos diferentes criaram mitologias próprias. Três troncos aparecem com força quando a gente olha para o que depois vai chegar ao Brasil:

  • Povos iorubás (ou nagôs), da África Ocidental – região que hoje inclui partes de Nigéria, Benim e Togo.
  • Povos jeje/fon, ligados ao antigo Reino do Daomé (sul do Benim, Togo, Gana).
  • Povos bantu, da África Central e Austral, como os de Angola, Congo, Gabão.

Cada grupo tem suas próprias divindades e mitos, com nomes diferentes:

  • Entre os iorubás: os orixás.
  • Entre povos jeje/fon: os voduns.
  • Entre povos bantu: os nkisis (ou inquices, jinkisi, dependendo da nação).

No Brasil, por vários motivos históricos, quem acabou ficando mais “visível” foram os orixás iorubás. É daí que vem o foco deste texto.

Povos, regiões e deuses: um mapa rápido

Imagina um mapa da África, sem fronteiras coloniais, desenhado a partir de línguas e culturas.

  • Na faixa Oeste, povos iorubás organizam suas cidades, reinos, mercados, cultos, com um Deus supremo (chamado Olorun ou Olodumaré) e várias divindades que representam forças da natureza e da vida comunitária: os orixás.
  • Mais à direita (em termos de mapa escolar), os povos fon e jeje cultuam os voduns, com outra língua, outra lógica, mas uma mesma profundidade mitológica.
  • Mais ao centro e ao sul, povos bantu falam em nkisis, com forte ligação a ancestrais, à terra e ao tempo.

Tudo isso existia bem antes de qualquer europeu aparecer por lá.

Quando os portugueses começam o tráfico de pessoas escravizadas, não foi “a África” que veio para cá: foram povos específicos, com línguas, histórias, reinos, conflitos, acordos – e mitologias inteiras na bagagem.

Do navio negreiro ao terreiro: religião como forma de sobrevivência

A travessia forçada do Atlântico é um trauma gigantesco. Ser capturado, separado da família, atravessar o oceano acorrentado, chegar a um continente desconhecido, ser vendido, receber um novo nome, ser proibido de falar a própria língua e praticar a própria religião.

Ainda assim, nada disso foi suficiente para matar os deuses. Eles atravessaram:

  • Num canto sussurrado na senzala.
  • Num gesto de dança escondido.
  • Em folhas e ervas usadas “só como remédio”, mas carregadas de axé.
  • Na memória de velhos e velhas que lembravam as histórias de sua terra.

Com o tempo, esses fragmentos vão se encontrando. Pessoas de nações diferentes são obrigadas a conviver, e novas formas de culto nascem na diáspora. Aí começam a surgir aquilo que, mais tarde, a gente vai conhecer como Candomblé, em diferentes nações (Ketu, Angola, Jeje, entre outras) e, já no século XX, a Umbanda, misturando elementos africanos, indígenas, kardecistas e católicos.

Para não serem perseguidos, muitos terreiros passaram a “vestir” os orixás com imagens de santos católicos: Oxalá como Senhor do Bonfim, Iemanjá como Nossa Senhora dos Navegantes, Oxum como Nossa Senhora da Conceição, e assim por diante. Isso é o que chamamos de sincretismo.

Não foi “bagunça religiosa”: foi estratégia de resistência.

O que é um orixá, afinal?

Falando de maneira bem simples: um orixá é uma força da natureza e da vida humana, personalizada.

Não é apenas “um santo africano”, nem cabe na ideia de “bem contra o mal”, como se fosse um personagem de filme. É uma forma de falar, com imagens, sobre:

  • movimentos da natureza (vento, raio, rio, mar, floresta);
  • experiências humanas (maternidade, guerra, trabalho, justiça, cuidado, doença, cura);
  • caminhos e encruzilhadas da vida.

É importante dizer também que os orixás não são “personagens” no sentido ocidental, como se fossem heróis de filme com uma forma fixa. Em muitos mitos eles aparecem como homem, mulher, velho, jovem, guerreiro, mãe, caça­dor etc., mas essas imagens são maneiras humanas de traduzir forças muito maiores do que qualquer corpo. As roupas, cores, objetos e descrições que a gente usa são símbolos – jeitos de aproximar algo que, no fundo, não cabe totalmente em figura nenhuma.

Na mitologia iorubá, Olorum (ou Olorun) é o princípio criador. Os orixás são como expressões desse princípio no mundo: cada um cuida de um pedaço da realidade.

Do ponto de vista da psicologia, a gente pode aproximar isso da ideia de arquétipos do Jung: imagens universais que aparecem em mitos, sonhos, contos, religiosidades. Mas é importante não “psicologizar” demais a ponto de apagar a dimensão religiosa real para quem vive isso no terreiro.

É ao mesmo tempo religião, cultura, comunidade, corpo, política e subjetividade.

Dois livros do Reginaldo Prandi para entrar nesse universo

Para não ficar só na minha fala, quero te trazer dois livros do sociólogo Reginaldo Prandi, que tem um trabalho enorme sobre mitologia afro-brasileira:

  • Mitologia dos Orixás – uma coletânea gigantesca de mitos dos orixás, reunindo mais de 300 histórias que mostram quem são, o que fazem, como se relacionam entre si e com os humanos. YouTube+1
  • Orixás: os deuses que habitam em nós – livro em que Prandi retoma esses deuses olhando também para como eles atravessam a nossa vida e imaginário hoje.

Eles são uma base importante para quem quer estudar mitologia africana com seriedade e respeitando a complexidade desses sistemas.

Panorama dos principais orixás

Seria impossível falar de “todos” os orixás em um texto só – o panteão é enorme e varia conforme a casa, a nação, a região. Então vou passar pelos que aparecem com mais força nas religiões brasileiras e, quando der, lembrar músicas em que eles aparecem na nossa MPB.

Aqui vale reforçar: mesmo quando eu escrevo “Ogum é…” ou “Oxum é…”, não estou dizendo que eles sejam personagens com uma forma única, fechada. Estou usando descrições humanas (caçador, mãe, guerreiro, velhinha sábia, rainha do mar) como um atalho pedagógico, pra tentar falar de forças da natureza e da vida que são muito mais amplas do que qualquer imagem.

A ideia não é esgotar nada, é abrir portas.

Oxalá

  • Ligado à criação, à paz, ao branco, à velhice respeitada, à calma.
  • No sincretismo, é associado ao Senhor do Bonfim em Salvador.

Exu

  • Guardião dos caminhos e encruzilhadas, mensageiro entre humanos e deuses.
  • É quem leva e traz recados, abre e fecha caminhos, lida com movimento, ambiguidade, desejo.
  • Ao longo da história, muita gente confundiu sua imagem e projetou medos sobre ele; aqui, o foco é lembrar Exu como movimento, comunicação e abertura de caminhos, uma energia que faz a vida circular.

Ogum

  • Orixá do ferro, das estradas, da guerra, do trabalho pesado.
  • Representa o esforço, o corte na mata, a coragem de abrir caminho.

Oxóssi

  • O caçador, ligado às matas, à fartura, à comida que chega à mesa.
  • Fala de foco, estratégia, precisão – um único tiro, uma única flecha.

Xangô

  • Senhor do trovão, da justiça, do fogo que cai do céu.
  • Fala de responsabilidade, de decisões difíceis, de consequências.

Iansã (Oyá)

  • Orixá dos ventos, tempestades, raios, das transformações rápidas.
  • Ligada a cemitérios, a espíritos, à força de quem enfrenta a morte de frente.

Oxum

  • Orixá dos rios de água doce, da fertilidade, da beleza, da delicadeza que não é fraqueza.
  • Cuida do ouro, do amor, do cuidado com o próprio corpo e com o outro.

Iemanjá

  • Rainha do Mar, ligada às águas salgadas, ao cuidado com as “cabeças” (ori) e à maternidade em sentido amplo.
  • No Brasil inteiro, recebe flores, perfumes, pedidos e agradecimentos, especialmente em 2 de fevereiro e no réveillon.

Omolu / Obaluaiê

  • Ligado às doenças, à cura, às marcas no corpo, à passagem entre vida e morte.
  • Ao mesmo tempo que assusta, também cuida: é quem entende de sofrimento e transformação.

Nanã

  • Orixá ligado à lama primordial, à velhice, à sabedoria antiga, ao retorno à terra.

Oxumarê

  • O arco-íris, a cobra que liga céu e terra, associado a movimento, ciclos, riqueza que circula.

Logunedé

  • Orixá jovem, ligado tanto às águas (como Oxum) quanto à caça (como Oxóssi), numa mistura de doçura e agilidade.

Ossain (Ossanha)

  • Orixá das folhas, das ervas medicinais e litúrgicas; nada se faz num terreiro sem ele.
  • Carrega o segredo das plantas e da cura.

Irôko (Tempo)

  • Orixá associado a uma grande árvore sagrada e ao próprio Tempo.
  • Em algumas linhas, é visto como senhor da passagem, da memória, do envelhecer.

E poderíamos seguir: Obá, Oxaguiã, Ibeji (crianças), Oxumarê em outras nuances, etc. Em cada orixá tem um universo inteiro de histórias, qualidades, lendas que você encontra mais fundo em livros como os do Prandi.

Passes, oferendas e corpo em movimento (sem romantizar, sem violência)

Um ponto delicado, e que eu não quero ignorar, é a questão das oferendas e sacrifícios.

Historicamente, muitas tradições de matriz africana incluem sacrifícios animais como parte de rituais específicos. Isso é um fato religioso e cultural importante, ligado à sacralização da comida, à redistribuição de alimento, à relação com a natureza.

Ao mesmo tempo, eu escrevo daqui como pessoa vegana, que procura formas de prática espiritual sem crueldade animal. Então, o que vou enfatizar são outros elementos que também fazem parte dos terreiros:

  • Passes e gestos – movimentos de mãos, toque, dança, abraços, que transmitem cuidado, proteção, axé.
  • Oferendas simbólicas e não-violentas – flores, frutas, grãos, bebidas, velas, pequenos objetos que representam pedidos e agradecimentos.
  • Folhas e banhos – uso de ervas em banhos, chás, defumações, sempre com muito respeito à natureza e às orientações de quem cuida daquele terreiro.

Em muitas casas hoje existe discussão sobre práticas sem animais, especialmente em contextos urbanos, com leis específicas e com uma sensibilidade ecológica e ética diferente. Não vou romantizar nem apagar conflitos. Só quero dizer que existe caminho para dialogar com essa tradição sem abandonar o compromisso com o bem-estar dos animais.

O que tudo isso tem a ver com psicologia e com a branquitude?

Se você é branco, como eu, e cresceu em ambiente cristão (ou secular, mas eurocentrado), é muito provável que:

  • tenha aprendido pouco ou quase nada sobre mitologia africana;
  • tenha ouvido falar de Candomblé e Umbanda de forma muito superficial ou distorcida;
  • tenha naturalizado a ideia de que o “normal” é o padrão religioso europeu.

Do ponto de vista psicológico, isso não é neutro. Isso produz:

  • medo do diferente;
  • culpa e vergonha quando se descobre o tamanho do racismo estrutural;
  • uma certa rigidez interna que impede de experimentar outras formas de sentido.

Quando eu estudo orixás como imagens da psique, não estou reduzindo a religião à psicologia. Estou tentando reconhecer que:

  • essas mitologias são formas de pensar sentimentos, conflitos, traumas, alegrias;
  • o corpo no terreiro (dançando, cantando, recebendo um orixá) é também um corpo que elabora, que ressignifica;
  • para a população negra brasileira, isso tudo tem uma dimensão de identidade, orgulho e resistência que a psicologia não pode ignorar.

Para nós, brancos, olhar para isso com respeito implica também mexer na nossa própria branquitude: reconhecer privilégios, escutar sem querer mandar, reconhecer que existem outras formas de espiritualidade e sentido para além das referências europeias que a gente aprendeu.

Não é sobre “virar do Candomblé” de um dia para o outro. É sobre:

ampliar o repertório de mundo;
conhecer tradições que ajudam milhões de pessoas a dar sentido à vida;
reconhecer a beleza, a profundidade e a dignidade das religiões de matriz africana.

É sobre aceitar o convite: conhecer de coração aberto.

Mitologia africana, Jung e arquétipos: uma aproximação cuidadosa

Sem querer comparar nem reduzir nada, dá para dizer que a mitologia africana que chegou ao Brasil guarda imagens muito potentes da psique humana. Os orixás são parte de religiões vivas, com corpo, canto, ritual e comunidade, e não “conceitos psicológicos”. O que faço aqui é só uma ponte simbólica: uma aproximação possível para quem estuda psicologia (especialmente a psicologia de Jung) ou tem curiosidade em entender como certos temas aparecem tanto nos mitos quanto nas teorias sobre arquétipos. Não é uma equivalência, não é “tradução oficial” e não substitui, em nenhum nível, a experiência religiosa de quem é de terreiro.

Dentro dessa lente junguiana, dá para perceber a Grande Mãe em diferentes faces em Oxum, Iemanjá e Nanã; o arquétipo do Guerreiro em Ogum; o Rei/juiz em Xangô; o Trickster/mensageiro em Exu; o Curador ferido em Omolu/Obaluaiê; e algo do Velho sábio e do Tempo em Oxalá e Irôko. Essas aproximações são apenas um caminho de leitura entre mitologia africana e psicologia analítica, não um rótulo definitivo. Se para você fizer sentido, ótimo; se não fizer, tudo bem também. O mais importante é que esse tipo de diálogo ajude a aumentar o respeito, a curiosidade e a quantidade de pontes entre a mitologia africana, Jung e o Brasil que a gente vive.

Música como ponte: orixás na MPB

Uma porta de entrada menos ameaçadora, para muita gente, é a música.

Se você for ouvir a discografia de nomes como Vinicius, Baden Powell, Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, vai ver orixás e elementos de religiões afro-brasileiras pipocando em tudo quanto é canto.

Algumas faixas para você ir percebendo (com a letra resumida e um link para você ouvir):

Se você quiser se aprofundar mais nas histórias por trás dessas canções e em comentários dos próprios artistas, algumas portas legais são:

  • Texto do Túlio Villaça analisando “Canto de Ossanha” e outros afro-sambas, com foco na ética e no modo como Vinicius escreve essas letras. Sobre a Canção
  • Artigos e entrevistas sobre “Filhos de Gandhi” e a relação de Gilberto Gil com o afoxé, disponíveis em projetos como o Google Arts & Culture. Google Arts & Culture+1
  • Textos que contam como “Oração de Mãe Menininha” foi composta em homenagem à ialorixá do Gantois e como a música ganhou força na voz de Gal Costa e Maria Bethânia. Esquina Musical+1
  • Entrevistas e programas em que Caetano comenta “Oração ao Tempo”, como no Conversa com Bial e em posts nas redes, onde ele fala da relação da música com a filosofia e a fé. Globoplay+1

Se você gosta de música, essa é uma forma linda de deixar os deuses irem entrando no ouvido, depois no corpo, depois na cabeça.

Leitura

Se esse texto te despertou curiosidade e vontade de ir mais fundo, deixo aqui alguns caminhos que me ajudam a estudar mitologia africana e religiões de matriz africana com mais seriedade, começando pelos livros do sociólogo Reginaldo Prandi:

Mitologia dos OrixásSaiba mais

Orixás: os deuses que habitam em nósSaiba mais

Se você vem da psicologia, esses livros funcionam como material de estudo, de ampliação de repertório e também como um jeito de tirar a formação do eixo só europeu, colocando a mitologia africana no mesmo nível de seriedade que a gente costuma reservar à mitologia grega e à “tradição clássica”.

Então…

Se você chegou até aqui, já deu um passo importante: aguentou ficar algum tempo diante de um universo que, pra muita gente branca, ainda é cercado de medo e desinformação.

Pra fechar com honestidade: eu não sou iniciado em nenhuma religião de matriz africana, não tenho religião definida e escrevo a partir do lugar de estudante de psicologia, filho de moçambicana, homem branco tentando aprender sobre branquitude e racismo sem fingir neutralidade.

Isso significa que eu posso ter me atrapalhado em algum ponto, simplificado demais, cometido algum erro de nomenclatura ou de interpretação. Se você perceber qualquer coisa assim, eu vou ficar feliz se quiser me escrever, corrigir, sugerir leituras, indicar casas e autores.

O mais importante, pra mim, é ajudar a divulgar uma mitologia lindíssima, que faz parte da história do Brasil e que ainda é muito mal compreendida por muitos brasileiros brancos. Se esse texto te fizer ter vontade de ler mais, ouvir mais e chegar perto de um terreiro com respeito, ele já cumpriu o papel.

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